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29 de junho de 2012

“Então, Era Uma Vez Milena”, por Isabella Queiroz.
Mesmo eu dizendo que ela é uma retardada, Milena Luft é praticamente minha mãe. É quem me explica e ensina as coisas, como se eu fosse eu um bebê aprendendo a andar. Ou uma fada aprendendo a voar (eu sou uma fada). É, ela gosta de me mostrar que está certa, e pior que às vezes ela está mesmo. Ela não é do tipo que fica brava fácil, mas quando fica é hilário, fica toda vermelhinha. É um amor. Ela não é do tipo que demonstra falsos sentimentos, não mesmo. Ela reclama de tudo, se satisfaz com qualquer coisa. Princesa que dança sem música. Ela realmente sabe como me proteger, ela sabe quando tem que me proibir de fazer ou falar algo, ou quando é melhor me deixar fazer tudo o que eu quiser. É incrível como ela sempre sabe como vou reagir a qualquer coisa da vida. Ela é alguém com quem eu posso ficar uma hora e três minutos no telefone falando sobre torrada com ovo. Quando eu conheci a senhorita Luft, digo conhecer mesmo, de saber quem ela realmente é, eu finalmente comecei a ter um pensamento otimista sobre tudo o que iria enfrentar. Acho que ela não faz ideia do quanto a minha vida mudou depois daquele mês de junho, que foi quando tudo começou. Eu nunca fui do tipo que rotula pessoas, mas a gente sente, sabe? Essa menininha aí é minha melhor amiga. Ela é simplesmente minha. Ela é minha quando faz cafuné em mim, ou quando fica passando os dedos nas minhas costas antes de dormirmos. É minha quando reclama de acordar cedo, ou de não ter dormido. É minha quando me apoia na ideia de construir uma ONG que ajudaria duendes indefesos. É minha quando assistimos filmes da Barbie ou da Xuxa, é minha quando reclama e faz um escândalo porque tem que ler um livro de, sei lá, 20 páginas pro dia seguinte, é minha quando é exagerada assim. Ela é minha quando está cantando uma música só pra me irritar, aí ela aperta os olhos enquanto da uma dançadinha. É minha quando passamos horas nos arrumando no carro em uma viagem, e nos final eu só fico confortável quando deito no colo dela. Quando ela reclama de eu roubar a coberta dela, quando reclama que eu deveria estar dormindo na casa dela. Ela é do tipo que fica brava e me olha nos olhos quando sabe que estou mentindo sobre estar bem, é do tipo que me olha nos olhos pra falar que sentiu minha falta. Eu nunca tive que falar “vamos ser amigas para sempre”. Claro que vamos! Quer dizer, a gente vai crescer, ir para faculdades, talvez cidades diferentes... Talvez iremos nos ver só nos finais de semanas, ou nem nos veremos. Ela com certeza virá pra Lajeado todos os fins de semana, vai ter uma rotina organizada e contas em dia, enquanto eu vou estar desistindo de mil faculdades, vou perder contato com muita gente e provavelmente vou ser despejada do meu apartamento. Aposto que ela vai me ajudar na mudança cada vez que eu for despejada. Continuaremos sendo amigas. Sempre fomos, só não sabíamos disso porque eu tinha um top com alças rosa neon que ela queria também. Acho que de 300, 290 eu passo ao lado dela. E ainda acho pouco, muito pouco, mesmo dizendo que enjoei dela. Nunca enjoei. A Milena é do tipo de amiga/irmã que tá sempre contigo, te dando colo, ombro pra chorar, conselhos bobos e inteligentes, e ainda por cima pede desculpa por não estar presente em todos os momentos que precisava, mesmo sendo que ela nunca esteve ausente. É do tipo de pessoa com a qual posso ficar horas falando da mesma coisa, que ela não vai pedir para eu mudar de assunto, nem parar de se importar, pois sabe que tudo o que eu preciso no momento é ser ouvida. A Pih é do tipo de pessoa que com certeza vai chorar quando ler tudo isso... Mesmo odiando coisas muito compridas para ler, ou qualquer coisa que vá gastar o tempo precioso dela, no qual ela poderia estar fazendo “lindos” desenhos de abelhas nas unhas. Mas eu sei que ela vai ler isso várias vezes... Sabe, eu demorei mais ou menos seis meses pra conseguir escrever tudo isso, e eu tenho certeza que vai ter um mínimo detalhe, talvez que algumas vezes eu escrevi como se estivesse falando com ela, e algumas vezes sobre ela, e ela vai vir querer tirar satisfação comigo... Coisas de Milena. Falando sério agora, quero que tu saiba que, acima de tudo, de qualquer brincadeira ou reclamação, tu é tudo o que eu sempre precisei, tu é mais do que especial, mais do que essencial. Eu sei que eu nunca vou estar em um retrato do prézinho ao seu lado, pra mostrar para os seus filhos um dia, quem era sua amiga de infância. Sei que demoramos demais para perceber que seríamos as melhores amigas do mundo, ou qualquer coisa desse tipo. Eu sei dessas coisas, mais do que qualquer pessoa. Sei também, Milena, que tu esteve presente em tudo o que teve importância, aturou minhas várias fases, e eu tenho que te agradecer por nunca desistir de mim. Sabe, foi bem difícil encontrar alguém que não vira a cara quando falo dos duendes. Sei que sempre dizemos que não faz mal você estar uma série acima... Não faz. Claro que seria mais fácil falar contigo se tu estivesse sentada na classe ao meu lado, ou se eu estivesse na lista de presença da tua viagem das oitavas... Mas tudo acontece como deve acontecer. É alguém que nunca pediu para que eu mudasse, mas me mudou, me preparou para tudo o que vivi. Pih, eu sei que quando eu postar isso, vou me arrepender de não ter escrito algo, mas não te preocupa, se faltar qualquer coisa, eu te abraço forte e digo. Afinal, é o que eu venho fazendo nesses últimos dois anos.
Milena, tu é tudo pra mim. Eu te amo.

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