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22 de setembro de 2012

O caminho do parque é bem esburacado.
Não deveria ser... Na verdade nem sei quando eles apareceram, mas com certeza isso aconteceu depois dos meus 7 anos. É, eu andava de bicicleta nessa mesma passagem de concreto, por entre a grama não muito aparada, enquanto o meu pai torcia para que eu não caísse dando uma "batitinhas" no topo do meu capacete de proteção. Na verdade esse capacete não adiantou o imaginado, já que uma vez voltei com um dente de leite a menos para a casa.
Se meu pai ainda estivesse aqui, ele ficaria indignado com essa história do caminho do parque estar todo esburacado e com pedras soltas. Ele diria que era perigoso, e reclamaria com a segurança do parque. Mas isso não está mais ao seu alcance. É, sorte dele que não tem de passar de novo por esse caminho.
Eu sei que tem o outro lado do parque, que com certeza não está desse jeito pois foi construído nos últimos meses, sem eu perceber também. Ou talvez eu tenha percebido, só não quis enxergar mesmo. Eu vejo pelo rio, me movo pela água, de margem à margem, nada mais, mas a cada árvore no caminho volto ao cimento antigo e já perco a visão daquela menina de capacete lá do outro lado.O grande portão desse lugar não é algo que saia da minha cabeça tão fácil. Ele é o maior portão que já vi, ou não, mas eu saí daquele lugar antes do escurecer, ou antes do por do sol, e foi como se eu nunca tivesse saído. Na verdade não sei se já tinha saído de lá sem o papai.
Eu só queria um outro lugar para poder ir também, entende? Para pensar, cantarolar minhas músicas ou até mesmo andar de bicicleta sem capacete.
A verdade é que eu fiz os buracos do caminho do parque. 

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