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23 de outubro de 2012


Alguns anos atrás, borrar a maquiagem era um desastre. Com aquele borrão de batom vermelho, a mãe com certeza notaria que você pegou as maquiagens dela sem supervisão.
Enjoamos fácil, queremos mais, gritamos alto, adolescemos rápido.
Bagunça se torna rotina, roupas pelo quarto, mais de cem peças, mas não temos nenhuma. Não para um sábado à noite. Maquiamos para esquecer, e para fazer lembrar. Saias curtas, pais bravos, irmãos ciumentos. "Plec plec" de sapatos altos às 5 horas da madrugada, mãe preocupada sem dormir, e você sem lugar para deitar por causa das roupas pelo quarto.
Corremos contra o tempo, gastamos ele, reclamamos do melhor de tudo.
Um dia, mais tarde,acordar em outra cama, mas ter certeza que deixou o quarto arrumado. Um lençol com cheiro de bebida, e você com medo de levantar. Uma noite esquecida, não dormida. Pela primeira vez querer estar ao lado de seu despertador.
Fingimos ter uma só noite para nos fazer lembrar, um só noite para fazer valer a pena. Nos perdemos em vontades. Nos perdemos.
Batemos boca, dançamos a noite toda, queremos voltar logo, não só para casa. Queremos voltar.
Que desastre borrar o batom vermelho. Vem mãe, me ajuda na supervisão. 

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