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27 de janeiro de 2013

Existem mil e um tipos de suspiros. Mas eu, por exemplo, conheço apenas três deles. 
O primeiro é aquele que não consegue conter a lágrima como você queria. Pode ser de nervosismo, na verdade. Sabe, o suspiro que a noiva dá nos últimos 19 segundos de solteira. O suspiro inevitável de quando você está na esteira de bagagens do aeroporto e vê sua mãe abanando lá de longe, bem atrás do pilar branco. Esse é o típico suspiro mal pensado.
O segundo é o que vem quando te dão a noção do que você acabou de fazer. Ele normalmente se faz presente alguns segundos depois de descobrir que cometeu um grande erro. É o suspiro que damos ao ver a nota vermelha no boletim, quando lembramos que deixamos a chapinha ligada na casa vazia. É o suspiro do bêbado ao ver as fotos da noite anterior, e é o suspiro que damos ao saber que perdemos a maior parte de nós.
Mil e um tipos de suspiros, talvez mil e cinco, mil e cem. Mas nenhum como o terceiro.
O terceiro é o que chamado de “decepção”. Sabe, quando escolhemos, ou sem opção, acreditar em alguém, ou em alguma chance. É quando confundimos esperança com planejamento. É o suspiro comum após descobrir que aquele teu amigo de infância não foi atrás das coisas com as quais tanto sonhava. É o suspiro do pai ao ver o filho desistir, da professora ao ver o reprovado. É o suspiro ao ver que não foi o escolhido, e que não te perdoaram. Mas o pior dos piores níveis do terceiro suspiro, é o olhando para o espelho, ao saber que não cumpriu o que prometeu, talvez o juramento para si mesmo.
Suspiros exigem uma linguagem completa, envolvendo olhos, boca e coração. Suspiro aquele lindo ao ver a pessoa amada no topo do mundo e ao mesmo tempo no sofá, e o suspiro que antecede esse, muito usado ao pensar que nada irá melhorar.
Mas temos tanto tempo, e mil, cento e um suspiros para conhecer e receber. Por enquanto, disfarça com o clássico “respirar fundo”.

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